Era um cidadão comum
como esses que se vê na rua
Falava de negócios, ria, via show de mulher nua
Vivia o dia e não o sol, a noite e não a lua
Acordava sempre cedo (era um passarinho urbano)
Embarcava no metrô, o nosso metropolitano...
Era um homem de bons modos:
"Com licença; - Foi engano"
Era feito aquela gente honesta, boa e comovida
Que caminha para a morte
pensando em vencer na vida
Era feito aquela gente honesta, boa e comovida
Que tem no fim da tarde a sensação
Da missão cumprida
Acreditava em Deus
e em outras coisas invisíveis
Dizia sempre sim aos seus senhores infalíveis
Pois é; tendo dinheiro
não há coisas impossíveis
Mas o anjo do Senhor
(de quem nos fala o Livro Santo)
Desceu do céu pra uma cerveja,
junto dele, no seu canto
E a morte o carregou,
feito um pacote, no seu manto
Que a terra lhe seja leve
------------F I M -------------------------------------
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