Antero de Quental (* 1842, +1891)
Escritor português açoriano
Em vão lutamos. Como nevoa baça,
A incerteza das coisas nos envolve.
Nossa alma, em quanto cria, em quanto volve,
Nas suas próprias redes se embaraça.
O pensamento, que mil planos traça,
É vapor que se esvai e se dissolve;
E a vontade ambiciosa, que resolve,
Como onda entre rochedos se espedaça.
Filhos do Amor, nossa alma é como um hino
Á luz, á liberdade, ao bem fecundo,
Prece e clamor d'um presentir divino;
Mas n'um deserto só, arido e fundo,
Ecoam nossas vozes, que o Destino
Paira mudo e impassível sobre o mundo.
O U T R A S P O E S I A S :
A morte do jangadeiro (Padre Antonio Tomas)
A vendedora de bilhetes de loteria (Raul Campelo)
O gigante de pedra (Gonçalves Dias)
Soneto da saudade (Guimarães Rosa)
Funeral de um lavrador (João Cabral Melo Neto)
O leão e a raposa (Marquesa de Alorna)
Tragédia no mar (Castro Alves)
Soneto da felicidade (Vinicius de Moraes)
Kremesse (Olegário Mariano)
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