quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

Ad amicos

Antero de Quental (* 1842, +1891)
Escritor português açoriano

Em vão lutamos. Como nevoa baça,
A incerteza das coisas nos envolve.
Nossa alma, em quanto cria, em quanto volve,
Nas suas próprias redes se embaraça.

O pensamento, que mil planos traça,
É vapor que se esvai e se dissolve;
E a vontade ambiciosa, que resolve,
Como onda entre rochedos se espedaça.

Filhos do Amor, nossa alma é como um hino
Á luz, á liberdade, ao bem fecundo,
Prece e clamor d'um presentir divino;

Mas n'um deserto só, arido e fundo,
Ecoam nossas vozes, que o Destino

Paira mudo e impassível sobre o mundo.

 


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       O U T R A S  P O E S I A S :           

A morte do jangadeiro (Padre Antonio Tomas)

A vendedora de bilhetes de loteria (Raul Campelo)

O gigante de pedra (Gonçalves Dias)

Soneto da saudade (Guimarães Rosa)

Funeral de um lavrador (João Cabral Melo Neto)

O leão e a raposa (Marquesa de Alorna)

Tragédia no mar (Castro Alves)

Soneto da felicidade (Vinicius de Moraes)

Kremesse (Olegário Mariano)

 

 


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