quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

O dinheiro (Olavo Bilac)

 

O dinheiro
Extraido de “Conferências Literárias”, 1912
Olavo Bilac

O dinheiro é uma força tremenda, onipotente, assombrosa. Todos o amam, todos o procuram, e, entretanto, todos dizem mal dele.

O maior crime do dinheiro é este: ele é o grande corruptor, o grande envenenador das almas, o grande prostituidor das consciências. É o seu crime formidável e terrível. Portas que resistem ao ataque de uma forte e pesada lança de ferro, abrem-se ao tímido e quase indistinto bater de uma moedinha de ouro.

O dinheiro alucina as almas e dá-lhes ambições que não obedecem a nenhum freio. O primeiro milhão possuído excita, acirra, assanha a ganância do milionário, É um declive fatal e terrível, um despenhadeiro em que o especulador não pode parar. Essas grandes fortunas, essas realezas do milhão, essa plutocracia (governo do dinheiro) brutal, em que há o rei das estradas de ferro, o petróleo, o do ouro, o dos diamantes, o da navegação, e até o do trigo – essas grandes fortunas, mantendo e desenvolvendo cada vez mais a ambição, acabam por converter os milionários em novos reis Midas, desejosos de poder transformar em ouro tudo quanto as suas mãos tocam.

------------F I M -------------------------------------

Link-para-outras-crnicas9
Link-para-outras-antologias2
Home3

Nenhum comentário: